Há pouco entrou na loja uma senhora que procurava uma roupa para recém nascido. Queria em branco. Não queria pernas à mostra. Com as características que nos dava, não tínhamos nada em stock mas prontificá-mo-nos para fazer. A senhora respondeu-me que teria de ser para hoje ao que eu respondi que ia ver o que era possível e perguntei se era para um casamento (normalmente por aqui as urgências são para as cerimónias) e ela respondeu-me que não, que era para o funeral.
Senti um murro gigante na barriga e um nó na garganta. Fiquei sem chão, sem ar. Apetecia-me abraçá-la e chorar com ela.
Não consigo imaginar tamanha dor. Os sonhos, os projectos, os desejos...simplesmente deixaram de existir.
Apetecia-me sair a correr só para ir abraçar os meus filhos.
E de repente senti-me completamente ridícula por estar aborrecida com uma coisa tão insignificante.
Felizmente não sei (e espero nunca saber) o tão grande deve ser a dor de perder um filho. Certamente que é perder também uma boa parte de nós.
Este episódio só serviu para me relembrar que há coisas que não valem os nossos nervos e que devemos aproveitar sempre o melhor que a vida nos dá!
A todas as mães que infelizmente não tiveram a oportunidade de levar os seus bebés para casa. A todas do fundo do coração, um abraço do tamanho do Mundo!
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