quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Um Murro no Estomago

Hoje o dia não começou da melhor forma. Eu é que tive culpa, é certo e coloquei-me a jeito. Fiquei logo com um péssimo mood: aborrecida, chateada, rabujenta...tal qual este lindo dia de Inverno que entretanto se instalou.
Há pouco entrou na loja uma senhora que procurava uma roupa para recém nascido. Queria em branco. Não queria pernas à mostra. Com as características que nos dava, não tínhamos nada em stock mas prontificá-mo-nos para fazer. A senhora respondeu-me que teria de ser para hoje ao que eu respondi que ia ver o que era possível e perguntei se era para um casamento (normalmente por aqui as urgências são para as cerimónias) e ela respondeu-me que não, que era para o funeral.
Senti um murro gigante na barriga e um nó na garganta. Fiquei sem chão, sem ar. Apetecia-me abraçá-la e chorar com ela.
Não consigo imaginar tamanha dor. Os sonhos, os projectos, os desejos...simplesmente deixaram de existir.
Apetecia-me sair a correr só para ir abraçar os meus filhos.
E de repente senti-me completamente ridícula por estar aborrecida com uma coisa tão insignificante.
Felizmente não sei (e espero nunca saber) o tão grande deve ser a dor de perder um filho. Certamente que é perder também uma boa parte de nós.
Este episódio só serviu para me relembrar que há coisas que não valem os nossos nervos e que devemos aproveitar sempre o melhor que a vida nos dá!


A todas as mães que infelizmente não tiveram a oportunidade de levar os seus bebés para casa. A todas do fundo do coração, um abraço do tamanho do Mundo!

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